Paulo Freire tem tido, nos últimos vinte anos, uma revalorização nacional cada vez maior. Freire também é um dos intelectuais brasileiros mais estudados mundo afora. Suas obras já foram traduzidas para dezenas de línguas (inclusive o chinês).

 

Afinal, por que colocar a literatura de Marco Lucchesi em diálogo com a pedagogia de Paulo Freire? Muitas são as afinidades intelectuais entre os dois, a começar pelo compromisso com uma paideia (formação) para a liberdade, a paz e a dignidade humana, na luta contra as desigualdades e a opressão.

 

A multiplicidade de tipologias textuais, presente no encontro entre os dois autores, aliada ao rigor e a poeticidade de suas obras, convida ao diálogo interdisciplinar entre Literatura e Educação, acolhendo também as ciências, as artes, mitologia e filosofia.

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Muitas vezes, as tentativas fracassadas de projetos interdisciplinares resultam de que as fontes de diálogo são inadequadas e não oferecem uma rica gama de possibilidades que suscitem diferentes perspectivas e caminhos. Assim, o binônimo Freire-Lucchesi não poderia ser mais necessário, dir-se-ia exato, em se tratando do diálogo transdisciplinar entre Educação e Literatura.

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Ana Maria Haddad Baptista é mestra e doutora em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Tem pós-doutorado em História da Ciência pela Universidade de Lisboa e PUC-SP, onde se aposentou. Atualmente é professora e pesquisadora da Universidade Nove de Julho (UNINOVE) de São Paulo, nos programas de pós-graduação (stricto sensu) de Educação. Possui dezenas de publicações no Brasil e no exterior.