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A proposta desta coletânea, conforme o próprio título anuncia, é alfabetizar os sentidos para um mundo em transição. Alfabetizar em sentido freiriano, considerando-se, portanto, o repertório de vivências e memórias que todos carregamos, mas também levando-se em conta nossa condição de seres inacabados, em constante transformação.

 

O livro é composto por variados tipos de expressão textual, dos mais acadêmicos aos mais livres, organizados em conexões de proximidade e acaso. Foi esta nossa escolha desde o início da proposta, por considerarmos a inclusão da liberdade criativa textual como um dos componentes relevantes à própria alfabetização dos sentidos. Nesse sentido, dá-se o alto grau ensaístico a perpassar todos os textos. Em termos conceituais e práticos, o ensaio tem sido uma referência de escrita textual trabalhada por nós ao longo dos anos. Ao permitir aproximações entre literatura e ciência, em perspectivas metodológicas criativas, mas que não abrem mão dos índices acadêmicos, a escrita ensaística tem sido trabalhada por nós como alfabetizadora dos sentidos, sobretudo acadêmicos. Assim se compõe, portanto, o pensamento arquipélago desta coletânea, para lembrar Glissant, afirmando uma diversidade que não busca necessariamente ser unidade, mas, tampouco, desconsidera as identidades. Rizomas traçam (des)caminhos ao longo dos textos. A diferença estabelecida por Deleuze e Guattari entre uma raiz única e um rizoma também foi um conceito relevante para Glissant, uma vez que, segundo ele, a raiz única pode matar tudo ao redor, ao passo que o rizoma se espalha em direção a outras raízes, interagindo com elas, sem as eliminar.

 

Assim se conduz, em composição rizomática, esta coletânea. Autoras e autores atuantes em variadas áreas, com diferentes propostas de observação de mundo e expressões de escrita. O livro é uma tentativa de resposta não definitiva, mas, sobretudo, reflexiva e sensível, às preocupações que angustiam muitos de nós, atualmente, em relação ao nosso planeta. Alfabetizar os sentidos se faz urgente para nos (re)conectarmos com mais lucidez ao nosso mundo em vertiginosa transição. Principalmente para ações criativas cotidianas que nem todos conseguem perceber, assoberbados que estamos, tantas vezes, com a justa busca pela sobrevivência. Mas será isso suficiente? Sobreviver é suficiente? E quanto a VIVER? Onde e até que ponto nossa VIDA tem sido capturada?

Alfabetizar os sentidos para um mundo em transição

R$ 59,00Preço
Quantidade
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